Nada mais aborrecido para o citadino elegante que um dia de chuva; nem lhe digam que ela beneficia a lavoura porque dia sem sol já não é do seu agrado. Estamos ainda na cama e ouvimo-la a cantar no telhado, ao princípio, numa toada suave depois em verdadeiras cataratas. Mentalmente, fazemos o nosso plano: mais tempo para a viagem, guarda-chuva em ação e alguma capa impermeável que nos defenda a pele de tão incómoda visita. Lá fora, a imagem é divertida. Todos se acomodam debaixo de equilíbrio com o guarda-chuva soprado pelo vento. Involuntariamente tocamos nalgum transeunte que se aflige por coisa tão insignificante. Os carros atiram jorros de água sobre os pobres peões e atrás das portas, os guarda-chuvas são nascentes de regatinhos. Meia hora depois, o sol rompe através das nuvens e o inverno transforma-se em sufocante verão. Surpresas de África.